Face ao mau entendimento entre o então paroco da freguesia e o contrameste da filarmónica do Arrabal, este natural do Soutocico, levou a que este último fosse expulso da filarmónica. Por solariedade os outros executantes do Soutocico, abandonaram tambem a filarmónica do Arrabal.
foto tirada em 1947 |
Após muitas lutas, a igreja não via com bons olhos tal situação, na pessoa do padre da freguesia, foi possivel a sua criação, sendo os seus Estatutos aprovados em 20 de Junho de 1946.
Primeiro surgiu o hino á bandeira, mais tarde o hino da filarmónica.
INDUSTRIA E COMERCIO
Até á decada de sessenta só havia na aldeia algumas padarias e as chamadas vendas ou lojas.
A primeira indústria a criar emprego foi em casa do Fernando Alfaiate e confecçionavam-se Samarras. Mais tarde nasce a Unilopes que iria empregar algumas centenas de pessoas. A fábrica do Hidromel surge quase de seguida e passa a empregar centena e meia de pessoas. A Tosel foi a mais importante. Esta fábrica que se destinava á confecção de artigos elécrticos empregava mais de quatrocentas pessoas. Mais tarde surgiu a Unifato que empregava mais de uma centena de operários.
Havia ainda outras indústrias tipo familiares e de pequena importância.
De repente havia na aldeia cerca de mil empregos. Só não trabalhava quem não queria.
A PÁSCOA
O Domingo de Páscoa era o único dia do ano em que se comiam amendoas. A ansiedade com a vinda do padre dar o folar era enorme. A sua vinda impunha respeito. No dia anterior cortava-se alecrim e rosmaninho para colocar no fundo das escadas, por onde o padre passava, dando algum aroma agradável ao local.
Quando o padre entrava com aquela enorme batina preta cheia de botões e uma cruz nas mãos, nós prostados de joelhos, beijavamos a cruz a tremer. Depois o padre ia levantar o dinheiro (folar) que minha mãe colocava num pires em cima da comoda e ao sair atirava algumas amêndoas para o chão. Nós, não nos mexiamos mas a vontade de as apanhar era enorme. Só quando ele já tinha saído é que nós nos atiravamos para o chão na ânsia de apanhar o maior número possivel. Ali não havia democracia, quem mais apanhasse mais comia. Geralmente os mais pequenos ficavam a chorar. Como o padre tinha colocado um pequeno pacote delas no prato onde tinha colhido o dinheiro, minha mãe aproveitava para dar algumas aos mais novos.
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