Afonso Diniz Vieira, 1º á esqª na fila de traz
A FONTE E O POUSADOURO
Ninguém se lembra de alguma vez a fonte ter secado. Sempre foi o local onde as mulheres iam buscar água para as lides domésticas. A água era transportada em grandes cantaros de barro, que colocavam á cabeça e subiam a ladeira com muita dificuldade. Faziam fila junto á fonte. Toda a população ali ía buscar água. Os cantaros eram depois colocados nas cantareiras que se situavam nas cozinhas das casas. Era o local em que os jovens aproveitavam para conversar e namorar.

o pousadouro


 O pousadouro era onde as mulheres pousavam os feixes que traziam das fazendas. Era ali que descansavam o corpo para depois subirem a ladeira até á casa. Também servia para se prenderem os animais (burros e cavalos). Muitos peregrinos que iam para Fátima, era ali que descansavam. Ao chegar ao lugar costumavam dizer;- Já falta pouco para chegarmos a Fátima. Já chegamos á terra das picotas, (designação dada ao Soutocico).

uma picota
Quase todos os terrenos tinham um poço e para tirar a água do mesmo existia a picota. As pessoas passavam horas a ela agarradas a tirar água dos poços para regar.

ENTERRO DO BACALHAU
O Enterro do Bacalhau é uma sátira á igreja. Na quaresma não se podia comer carne, a não ser quem adquirisse a Bula. Como a maioria da população não tinha dinheiro para a pagar, viam-se obrigados a comer peixe (bacalhau).
No fim da Quaresma a população deixava de comer bacalhau e voltava a comer carne.
Esta peça de teatro de rua foi levada a efeito pela primeira vez em 1938. Foi tal o êxito que passou a ser o acontecimento mais importante da aldeia.
O regime de Salazar a pedido da igreja, viria a proibir a sua continuidade na altura. Mais tarde com o 25 de Abril voltou a ser representada.

Sem comentários:

Enviar um comentário